Luiza Moreira
DUO: LUIZA E LUIZ
Caminhamos com ânimo de vida, por meio da força, velocidade que exaurimos nesses corpos dançantes, que observa e faz conexões em suas relações com seus pares trazendo de volta sensações, vivências que já se foram, mas retornam em nós de uma outra maneira, porém enraigada de ancestralidade, sabendo-se que esse processo é cíclico e vitalício.
Vida de cigano
Vem de lá, vai pra cá
Casa de pai e mãe
Casa de vó
Casa de todos
Um bom quintal, tinha muita alegria
Pata de vaca ou asas de borboleta
Que quase alcançava subindo no banco de concreto
Na lembrança uma foto
Eu bem pequenina com meu irmão, nesse banco.
Bateu saudades do vô Guardiano,
Que nos guardava das jacas que caiam do pé,
Lá no quintal da rua de terra,
onde todos vinham pra jogar bola e rodar pião.
Dia de chuva era dia de futebol com sabão,
No quintal do chão de caquinhos,
mas só quando a chuva afinava.
Afinou tanto que foi lá que perdi meu chão.
Tantas marcas e cicatrizes
Que eu havia me esquecido que minha infância foi muito feliz
Regada com amizades da vizinhança,
com brincadeiras de faz de conta com coisas/comidas de verdade
E o com o companheiro de todos que alguém levou
O nosso querido jabuti, o nosso Lambão.
Quero ciganar mais não,
Quero um quintal de terra batida
Pro meu rebento virar um lambão.
Meu quintal, meus quintais
Minha dança, minha verdade.
Prepara, respira e encarna.
Vai, só vai.
Dance a sua dança.
Mostre o amor que existe dentro de você.
A sua dança te liberta?
a minha sim, me liberta de coisas que nem eu mesmo sei nomear.
Aqui em casa, estática, sem ânimo, com os ânimos atravessados
Permeando meus dias, minhas horas…
E no caminho, veio essa investigação.
Exultantes dias, deleitei-me na minha essência.
Me perguntava, será que posso?
Posso meter quebradeira, posso por minha mandinga?
E ao meio de tintas, glitter, roupas no tom da pele que não achei,
risos, gargalhadas, histórias e mais histórias… EU COLOQUEI.
Orraaaaa, que experiência! Dê uma olhadinha no nosso trampo, tu vai gostar.